O Mont Blanc (4808m) é a maior montanha dos Alpes, e a segunda maior da Europa, atrás apenas do Elbrus, na Rússia. Descubra como, quando, e o que você precisa para escalá-lo!
Artigo publicado originalmente no Blog de Escalada e recém atualizado.
Muitas dessas informações podem ser encontradas na Internet, a maioria em inglês. O que eu fiz foi adicionar minha opinião pessoal. Estive lá em cima em 2009 com meu amigo Walker Figueiroa, então acho que posso contribuir um pouco para desmistificar a viagem.
O quê, quando, e onde
Mont Blanc significa “montanha branca”, ele está situado entre as regiões do Vale de Aosta, na Itália e Haute-Savoie, na França. É a segunda montanha mais alta da Europa, com 4.810m, perdendo apenas para o Monte ElBrus (5.624m), na Rússia. As duas cidades mais famosas perto do Mont Blanc são Courmayeur no Vale de Aosta, e Chamonix em Haute-Savoie, França.
Ao contrário do que muita gente pensa, o Mont Blanc não é um pico isolado, mas sim o maior do chamado Maciço do Mont Blanc, que é formado por uma série de outros picos de menor altura, todos repletos de fascinantes histórias de conquista e superação. O maciço é um destino altamente popular entre montanhistas, hikers, esquiadores e snowboarders.
O Mont Blanc também pode ser considerado um dos piores lugares dos Alpes no que se refere a multidão e aglomeração, o que muitas vezes implica em falta de segurança por conta de rochas deslocadas por grupos mais acima, e até mesmo pessoas sendo nocauteadas por outras durante tensas ultrapassagens em sua estreita e exposta crista.
Época
O verão é considerado a alta estação, quando o pico está mais lotado e o tempo mais confiável. Setembro é normalmente um dos melhores meses para subir pois as condições são mais amenas e estáveis. Mesmo nessa época, quando a cidade “frita” sob um sol escaldante de 30ºC não é difícil o cume registrar temperaturas entre -10ºC e -20ºC.
Chegando e se virando por lá
A grande maioria das pessoas que escalam o Mont Blanc pela primeira vez saem de Chamonix. A forma mais fácil de chegar na cidade é voar para Genebra e de lá pegar um trem ou uma van. Diversas empresas como por exemplo a Cham Van oferecem serviços de translados de Geneva a Chamonix por cerca de 25 euros. Esses translados costumam rolar de hora em hora, das 9 às 23h30.
Informações sobre acomodações, transportes locais e demais generalidades podem ser obtidas na Internet, e também no Centro de Informações da cidade. Mesmo na alta temporada conseguir acomodação não é problema, desde que não se deixe tudo para a última hora. Se você pretende acampar, uma boa pedida é o Deux Glaciers que fica a aproximadamente 3km de Chamonix, na direção de les Houches. Não tenho certeza dos preços atuais, mas eles não aceitam cartão de crédito.
Chamonix é pequena e andando pode-se facilmente chegar a qualquer lugar. O transporte público é ok, com ônibus regulares e trens que levam para todos os lados.
Existe uma variedade infinita de restaurantes e ótimos lugares para comer, de acessíveis sanduíches até caros omeletes de trufa. Chamonix não é famosa pela comida barata e mesmo supermercados costuma ter preços um tanto quanto salgado. Se você está na “pendura”, o ideal é comprar numa das vendinhas da cidade e cozinhar no hostel.
Rotas
Se você está lendo esse texto, provavelmente não vai ao Mont Blanc para tentar uma das rotas mais obscuras e hard-core. Dentre as rotas “fáceis” e "clássicas" existem basicamente três opções: Grands Mulets, Col du Midi (ou Três Montes), e a rota do Goûter.
Grands Mulets
A Grands Mulets é a rota original pela qual o Mont Blanc foi conquistada em 1786, e é muito pouco utilizada atualmente, o que faz uma ótima pedida para quem busca uma ascensão com um feeling mais remoto.
Famosa pela beleza e isolamento, é bastante longa e tem um ganho de altura bem elevado, principalmente no segundo dia, o que faz com que seja a mais “difícil” da três. Ela é também potencialmente exposta a seracs entre Jonction e o Petit Plateau.
Col du Midi
A beleza dessa rota a torna a segunda mais popular das rotas de acesso ao Mont Blanc. Em Chamonix você pega um teleférico da estação de Aiguille du Midi até o Col du Midi, onde passa-se a noite no abrigo Cosmique, ou acampa-se no glaciar - prática atualmente considerada ilegal. Acorda-se muito cedo (por volta das 2 da manhã) e para chegar ao cume é necessário passar antes pelo Mont-Blanc du Tacul (4248m) e Mont Maudit (4465m).
A rota apresenta um considerável ganho de altitude e é bem mais exigente física e tecnicamente do que a rota do Goûter, porém é uma ótima oportunidade para se fazer 3 quatro mils em uma tacada só.
Convém mencionar que boa parte da subida, principalmente no começo, é altamente exposta a uma enorme banda de seracs que costuma matar um bocado de gente regularmente. Você também vai precisar de uma maior gama de técnicas e conhecimentos como navegação e resgate em gretas.
Essa rota requer boas condições de neve no Tacul e no Maudit, e uma vez passado esse último, não existe nenhuma forma fácil de abortar a subida.
Rota do Goûter
Conhecida como a “via normal”, é a mais popular e “menos” difícil das três. Por conta de nosso objetivo e experiência na época, foi a rota que eu e o Walker fizemos em 2009. É direta, sem complicações, e fácil de encontrar informações a respeito. Essa seria a que eu recomendaria para quem está começando no alpinismo e pensando em ir sem a ajuda de guias.
A subida começa em Saint-Gervais (ou mais pra frete, em les Houches) onde pega-se um bondinho que sobe até Nid d’Aigle. Dali a subida passa pelo corredor do Goûter e sobe para o refúgio de mesmo nome, onde se passa a noite. Por volta das 3 da manhã os escaladores começam a subida em direção ao cume. O problema dessa rota é sua alta popularidade, principalmente no verão. O abrigo costuma estar lotado e longe de condições ideias.
Outro problema é a necessidade de atravessar o Grand Couloir, logo após o abrigo Tête Rousse. Embora não muito largo, esse lugar é famoso palco de diversas avalanches e pedras rolando. Em 2011 esse trecho havia sido temporariamente “interditado” em razão de uma enorme avalanche. Atravessá-lo equivale a uma rolata russa, olha-se pra cima em busca de pedras caindo ou algum barulho diferente, não vem nada? Corra como um louco e cruze o trecho o mais rápido possível!
Após o colouir é preciso escalar cerca de 500 metros de pedras soltas até o refúgio do Goûter. Existem cordas fixas e corrimões nos pontos mais expostos então a escalada não é difícil, nem técnica. Ninguém se clipa aos corrimões e vimos até gente sem capacete, caso você escorregue ou seja atingido por alguma pedra por exemplo pode haver problemas…
Condicionamento, altitude e complexidade
Quão experiente e preparado deve-se estar para essa escalada? Essa talvez seja a pergunta mais difícil de responder. Se você escolher a rota do Goûter, precisará de muita calma e pouca experiência técnica. Nada além de andar sob crampons em terreno ultra exposto, e agarrar-se a cordas fixas que estão presas nas partes mais perigosas e difíceis.
Ainda assim a escalada é bastante exigente fisicamente, e para quem vai sem guia é sempre bom ter certeza de que você sabe o que está fazendo. Se você for tentar a rota a partir de Aiguille du Midi, a coisa já complica um pouco, e você precisa de um maior repertório de técnicas e experiência, além de ser ainda mais exigente fisicamente.
No meu entender, a rota do Goûter pode ser realizada por qualquer pessoa com um bom condicionamento físico. Ok, e o que é relativo condicionamento físico? Como diz o nome, isso é relativo… Eu diria que se enquadra nessa categoria alguém que faça exercícios físicos regulares, por pelo menos alguns meses. Foque especialmente em longas e inclinadas caminhadas, com uma mochila pesada.
Quando eu digo exercício, eu digo ir na academia e suar a camisa, e não ficar lendo revista e olhando pro celular. Claro, nada impede que o Senhor barriga, sedentário a mais de 20 anos, resolva pular da cadeira e sair correndo montanha acima. Agora, vai ser divertido? Acho que não.
Alpinismo é sofrimento, isso não tem como mudar. Uma hora está muito calor, na outra muito frio. Qundo está muito calor você sua, e fica molhado. Se está muito frio você sua por dentro e tudo congela. Molhado, cansado, com fome, com sede, peso no lombo, isso tudo faz parte da brincadeira. Quando mais condicionado se está, melhores as chances de se aproveitar o visual e não simplesmente passar o dia resmungando, com vontade de chorar a cada passo.
Aclimatação
O Mont Blanc é um 4 mil e como tal, requer um processo de aclimatação. O ideal pra quem tem tempo é fazer uma escalada de aclimatação antes. Quando fomos, nós subimos direto para o Gouter e posso te garantir que a não ser que você suba devagar e se hidratando adequadamente, o dia seguinte não vai ser legal. Enjôo, cansaço, mal estar e dores de cabeça são a ordem do dia. Inesquecível o som das diversas pessoas passando mal durante a noite. Se você não está se sentindo legal, o correto é descer imediatamente. As vezes algumas poucos metros são suficientes para uma melhora considerável dos sintomas.
Outro ponto importante é o esgotamento físico. Quando chegamos ao Gouter, sob uma forte nevasca, meu parceiro simplesmente sentou no chão e não se mechia mais. Eu nunca havia presenciado algo assim, mas esse é um sintoma típico de má aclimatação, após intenso esforço físico. A pessoa simplesmente não tem mais força, nem pra se alimentar. Muitas pessoas morrem assim e se você está sem guia, essa fadiga não pode ocorrer jamais porque se algum problema ocorre com seu parceiro, você precisa estar 100% para ajudá-lo.
Preste atenção ao seu corpo e jamais queime todas as suas energias. Você sempre deve ter um pouco de reserva no tanque para eventuais problemas e complicações.
É perigoso?
A razão do número de pessoas que sobe (ou tenta) pelo número de pessoas que morre (ou desaparecem) é muito menor e quase insignificante quando comparada com escaladas traiçoeiras como o K2, Annapurna, Kanchenjunga e Everest.
Porém o Mont Blanc é considerado uma montanha relativamente perigosa por conta do número de acidentes. Avalanches, mau tempo, quedas em gretas enormes, pessoas mal equipadas e despreparadas são cenas relativamente comuns. Todo mundo lembra da enorme avalanche que matou nove escaladores de uma vez só há alguns anos atrás. Uma semana depois, dois outros espanhóis morreram congelados vítimas do mau tempo. Antes desses dois eventos, quatro escaladores italianos morreram no Aiguille du Midi e anteriormente, dois escaladores ingleses morreram no Colouir Gervasutti.
Segundo o pai dos burros, perigo é 1. uma situação de ameaça, 2. fonte ou situação que pode causar dano, então eu diria que sim, escalar o Mont Blanc apresenta um certo perigo, porém o grau do perigo varia em função da experiência individual, do grupo com que se escala, dos equipamentos que se leva (ou não), e das condições meteorológicas. Claro que sorte também sempre ajuda, especialmente em relação a eventos que são difíceis de prever, como por exemplo uma avalanche.
Tome por exemplo a rota a partir de Aiguille du Midi, visual espetacular, tecnicamente descomplicada e de fácil acesso a partir de Chamonix. Durante os bons dias de primavera e verão é comum avistar uma longa linha de escaladores subindo a encosta do Tacul, que dá acesso a travessia que passa pelos cumes do Mont Maudit e Mont Blanc. A escalada não é mais do que uma pesada caminhada de altitude, que muitas empresas de guia oferecem a novatos ao final de uma semana de curso, mas os perigos da rota podem ser vistos desde o início.
A aproximação passa por um glaciar repleto de cravassas, e o início da ascensão é sobre um terreno inclinado, ameaçado por gigantescos seracs. As encostas também podem originar enormes avalanches, dependendo da temperatura, vento e nevascas recentes. Todos os anos morre gente ali, e esse é o paradoxo do montanhismo, muitas vezes a rota mais “fácil” é também mais mortal e perigosa do que a rota mais “difícil”.
O fácil acesso, e também o fato de que muitos desses cumes são acessíveis a menos de um dia de caminhada, gera um pouco de complacência. Enquanto a mídia tende a focar nas mortes no Everest e outras montanhas do Himalaia, a triste realidade é que a maior parte dos montanhistas irá morrer não em uma expedição a algum pico remoto, mas em uma das montanhas mais acessíveis do mundo, servida de teleféricos e gigantescos abrigos, cujos padrões se comparam a verdadeiros hotéis.
Algumas fatalidades também são apenas produto de “má sorte”. Montanhismo, mais do que escalada em rocha, requer um aceitamento de um nível diferente de exposição ao risco, muito além do controle do escalador. Esses são chamados de “perigos do objetivo” e incluem blocos que se desprendem, relâmpagos, tempestades, etc.
Para iniciantes, a primeira experiência em grandes montanhas é também uma inclinada curva de aprendizado. Diversas habilidades precisam ser absorvidas, como locomover-se com segurança em glaciares, auto-resgate, navegação, etc. Tarefas rotineiras como um rapel, em uma grande montanha ficam mais assustadoras e difíceis. Achar o caminho de volta, desidratado e exausto, em uma tempestade, ou após escurecer, em um dia que pode ter começado as duas da manhã requer um tipo de preparo e atenção que a maior parte de nós, independente do quão em forma, não experimenta no dia a dia.
O aquecimento global também fez os Alpes ainda mais perigoso. Enquanto quedas de rocha foram sempre um problema, o derretimento de “gelo eterno” faz com que gigantescos blocos de rocha agora tornem-se instáveis. Nos últimos anos uma série de maciças avalanches de rocha tem acontecido em diversas faces, como por exemplo no Dru, um elegante pilar que pode ser visto de Argentiere.
Guiando ou guiado?
No meu entender existem 3 formas de se escalar uma montanha, você pode contratar um guia - e ir apenas ele, ou como parte de um grupo maior - você Pode escalar com um parceiro ou grupo (mas sem guia), ou você pode escalar sozinho. Tudo é uma questão do que você está buscando, da sua experiência pessoal, e do risco que você está disposto a correr. Ingenuidade ou inocência nessa escolha podem resultar em você voltar pra casa em um saco preto, ou nem voltar.
No meu trabalho quem manda é o meu chefe, em casa quem manda é a minha mulher, e na montanha quem manda sou eu. Se eu não consigo fazer a escalada por mim mesmo, eu não vou. Esse é o meu ponto de vista, mas se você não tem muita experiência, e quer ter 90% de certeza de voltar pra casa, considere seriamente um guia. Vida não tem preço, e as suas changes de cume aumentam exponencialmente.
Normalmente contrata-se um pacote de alguns dias onde o guia irá explicar como usar crampons e piolets, técnicas básicas de glaciar e auto-resgate. O guia então irá levá-lo para alguma escalaminhada de aclimatação, e depois parte-se para o Mont Blanc, que costuma ser feito em dois dias.
Tipicamente o guia amarra uma ponta da corda nele e a outra nos clientes e “toca o pau”. Me lembro de cruzar diversas pessoas visivelmente despreparadas, sendo literalmente rebocadas pelo guia montanha acima. Um guia pro Mont Blanc custa entre 500 e 600 euros por pessoa.
Se você tem aspirações de ir sem guia, ou mesmo sozinho, eu recomendo no mínimo um ótimo condicionamento físico. Você vai querer estar 100% capaz de resolver qualquer eventualidade. Imagine-se esgotado, depois de 10 horas de subindo puxada, tendo que se envolver no resgate de um parceiro, ou mesmo no seu próprio, escorregando encosta abaixo em direção a Itália….
Dica: Recomendo muito que você ligue ou visite o Escritório de Guias de Chamonix antes de sair em direção ao Mont Blanc. Eles podem não apenas lhe fornecer precisos boletins metereológicos, como também dar informações das condições atuais das diversas rotas de subida.
Logística e equipamentos
O estilo Mac Donald’s dos Alpes permite que se suba leve, sem grandes preocupações. Pode-se reservar espaço no abrigo (faça com bastante antecedência) e lá eles servem café da manhã, almoço e jantar, além de venderem (a preços absurdos) itens essenciais como água e cerveja.
Se você for nesse esquema não precisa levar barraca, saco de dormir, ou isolante, só seu equipamento pessoal e algum lanche para comer durante a subida. Recomendo seriamente levar protetores auriculares porque todo mundo dorme amontoado num quarto gigantesco e o ronco dos outros realmente atrapalha. Também recomendo levar dinheiro ao invés de cartão de crédito, para evitar contratempos.
Os puristas podem querer levar sua própria barraca, comida, e tudo mais, mas se você é desses, aí também deve evitar trenzinhos e subir e descer tudo na pernada desde Chamonix, uma tarefa um tanto laboriosa. Isso seria o “real fair means” de subir a montanha… algo pouco visto ultimamente.
O que levar
O uso de crampons é absolutamente necessário. Você não precisa deles se não pretende ir além do abrigo Tête Rouse (mesmo se houver neve), mas ir sem crampons além desse ponto é perigoso.
As botas “sérias” de alta montanha não são necessárias, pelo menos no verão. Boas botas de trekking são suficientes, desde que sejam quentes e tenham solas rígidas para receberem crampons. Esses items podem ser alugados na cidade mas se você resolver comprar crampons o ideal é levar sua bota na loja para ver se eles “casam”.
Piolets são tecnicamente dispensáveis e algumas pessoas chegam a usar bastões de caminhada. Eu acho errado porque o caminho é estreito e muito exposto, e um piolet faz toda a diferença se você que tiver que se salvar de um escorregão.
Capacete é outro item que eu considero fundamental, apesar de ter visto muita gente sem. Se você não tem nada na cabeça, não precisa de capacete, se valoriza seu cérebro, seria estupidez não usar. Você também vai precisar de uma head lamp, baterias reservas, e óculos de sol categoria 4. Outro item obrigatório é uma corda (que pode ser curta) e ao menos um mosquetão, você irá precisar disso para cruzar o Grand Couloir.
Em Chamonix você pode comprar todos os equipamentos, e com uma boa pesquisada pode-se conseguir preços bastante razoáveis. Outra opção – mais econômica – é alugar tudo, foi o que fizemos.
Então fica mais ou menos assim:
Equipmento individual
- Mochila (40L)
- Botas (que permitam o uso de crampon)
- Gaiters (dispensável)
- Piolet (comprido, não técnico)
- Crampons
- Bastões de ski (ajudam bastante, principalmente na volta)
- Cadeirinha, mosquetão de rosca e freio
- Capacete
- Lanterna
- Roupas quentes (primeira e segunda pele)
- Jaqueta a prova d´água com gorro (Gore tex é bom mas dispensável)
- Calça impermeável
- Gorro/balaclava
- Óculos de sol (C4)
- Luvas leves
- Luvas quentes ou mittens
- Kit leve de banheiro e primeiros socorros (protetor é essencial para o corpo e lábios)
- Garrafa d´água (1L)
- Faca de bolso
- Aperitivos / lanche
- Barraca, saco de dormir, isolante (dispensável)
Equipamento do grupo
- Corda (50m)
- Seleção de fitas
- Mosquetões (8)
- Parafusos de gelo (4)
- Compasso / Altímetro/Mapa 1:25000
- Cobertor de emergência
- Telefone celular (com os números de emergência já gravados)
Perto do topo o frio e o vento podem aumentar consideravelmente (mesmo com bom tempo), então roupas quentes são essenciais. Hoje em dia muita gente vai vestida com roupas específicas para montanha, mas dá muito bem pra improvisar com roupas de inverno normais.
Normalmente você vai precisar de uma primeira pele, um fleece, e um anorak por cima. Uma jaqueta mais grossa é interessante para o caso do tempo virar. Na época eu fui com um anorak velho da Trilhas e Rumos que apesar de encharcar de suor serviu legal.
*** Atualização (21/08/17)
Por conta das diversas fatalidades que tem ocorrido no Mont Blanc, a grande maioria por conta de gente mal equipada, o prefeito da cidade francesa de Saint Gervais, que dá acesso à montanha, Jean-Marc Peillex, decretou uma nova lei obrigando listando equipamentos mínimos obrigatórios a qualquer um que queira escalar a montanha.
Ano passado o prefeito já havia ameaçado fechar a rota do Goûter de uma vez, depois de uma série de acidentes fatais. Isso não ocorreu e aparentemente ele já queria implantar essa lista de equipamentos obrigatórios mas por alguma razão apenas agora isso foi anunciado.
Segundo o prefeito, cerca de 20.000 pessoas visitam o Mont Blanc todo verão, e entre 350-400 saem para o cume todos os dias pelas diferentes rotas.
Assim, caso você pretenda subir a montanha pela rota do Goûter, fique atento pois pode haver fiscalização. Abaixo vai a lista essencial de roupas e equipamentos:
- Capacete
- Lanterna
- 2 pares de luva (1 fina, 1 quente)
- Polainas
- Jaqueta (Goro Tex) quente e impermeável
- Meias, fleece, calça impermeável
- Botas apropriadas para alta montanha e crampons
- Cadeirinha e equipamento para resgate em cravassa
- Corda
- Piolet
- Bastões de caminhada
- GPS ou altímetro
- Gorro
- Óculos (C4)
- Protetor solar
- Máscara de ski
Como, quando e onde a lei será enforçada é ainda uma dúvida, ou mesmo se alguém sem algum desses items será de fato obrigado a descer. De qualquer maneira, fique atento pois pode haver algum tipo de fiscalização ao longo da rota.
Conclusão
Cada um sabe onde lhe aperta o sapato. O que é fácil pra um, pode ser o limite de outro.
Desafio é individual, e a aventura é mental. Não cabe a ninguém julgar uma escalada fácil ou difícil porque mais do que pessoal, uma escalada é sujeita as condições atmosféricas do momento.
A Internet está repleta de artigos que descrevem em detalhes cada uma das rotas e dão dicas complementares de como fazer sua escalada o mais divertido possível. Faça seu dever de casa, e boas escaladas!
Dicas e informações técnicas
• Ao alugar os equipamentos dê um jeitinho brasileiro, explique que você vai escalar apenas “no dia seguinte” e peça um redução na diária do aluguel. Tivemos que deixar um depósito no cartão de crédito, de 250 euros;
• O setor de informações turísticas fornece previsões atualizadas todos os dias;
• Em muitos hostels o banho é pago a parte, uma ficha para 5 minutos custa em média 35 centavos de euro;
• Os hostels fornecem um cartão que permite livre transporte nos ônibus de Chamonix;
• Ligar a cobrar pro Brasil: 0800 990055 / Ligação direta: 00 55 DD FFFFFFF
Abrigos
Refúgio do Goûter
Reservas:
06 43 84 44 92 (de 26 abril a 7 Junho)
04 50 54 40 93 (de 8 de junho ao final de setembro)
Hostels
Hostel Chalet Ski Station
6 Route des Moussoux. 74400 Chamonix Mont Blanc
Ao lado do teleférico do Brévent, abre apenas durante a alta temporada. Bons preços e ampla cozinha.
Locação e compra de equipamentos
Sportmarche Technique Extreme
Tel 04 50 53 63 14
Loja bem barata, boa pra comprar roupa e coisas básicas de camping.
Snell Sport
104 Rue Paccard. 74400 Chamonix
Tel: 04 50 53 02 17 / snell@cham3s.com
Essa é uma loja bem mais cara e tradicional.
Previsões, Números de Resgate, etc.
OHM – Office de haute montagne de Chamonix
Tél : +33(0)4.50.53.22.08
ohm-info@chamoniarde.com
Previsões e demais informações das condições das rotas.
Resgate, França: 112
PGHM, Chamonix: 04 50 53 16 89
Canal de emergência: 161 300
Durante uma chamada de emergência, calma e distintamente informe:
• Nome e número de telefone
• Tipo do acidentte (rock fall, serac fall, fall into a cravasse, avalanche, …)
• Número de vítimas
• Tipo do(s) ferimento(s) (sangramento aberto, fratura, …)
• Localização exata (ex. Mont Blanc, Arrète des bosses 2/3 up the Vallot)
• Itinerário (ex. Route, face)
• Altitude
• Tempo
• Condições de tempo (vento, visibilidade, temperatura)